
Os pés e, em especial, os tornozelos assumem tarefas muito complexas em cada um dos passos que damos, permitindo uma série de movimentos. A estrutura do tornozelo está concebida de forma ideal para as várias tarefas que tem de realizar, destacando-se por uma interação perfeita entre ossos, músculos, ligamentos e tendões.
O tornozelo está constantemente em movimento, sendo também sujeito a elevadas forças contínuas. Por isso, é importante tratar cedo e adequadamente as lesões e as instabilidades daí decorrentes nos ligamentos, porque estas podem ter consequências graves.
O tornozelo é estabilizado por um forte sistema de ligamentos. Os ligamentos têm uma elasticidade limitada de apenas 3% da extensão original. O sistema de ligamentos protege o tornozelo no exterior através de três ligamentos individuais. O lado interno é fixado por um conjunto de ligamentos internos em forma de leque. Se pousar mal o pé, para dentro ou para fora, estas estruturas de ligamentos irão esticar ou romper.
As lesões podem afetar os ligamentos internos e externos, sendo que os ligamentos externos costumam sofrer mais lesões. Em termos médicos, fala-se neste caso de um trauma em supinação (pousar mal o pé para fora). Cada distensão e rotura dos ligamentos pode provocar instabilidades e inseguranças no tornozelo, que se tornam crónicas, ou seja, permanentes, causando outros problemas.
Lesões/doenças
Os ligamentos no tornozelo precisam de cerca de 9 meses até ficarem totalmente estáveis e poderem ser sujeitos a esforços. No entanto, uma cura incompleta dos ligamentos ou uma posição errada do pé, p. ex., devido a uma compensação durante a fase de regeneração leva a que, precisamente ao fazer desporto ou caminhar em terreno instável, o pé se desvie ligeiramente ou a passada fique insegura na sequência de uma lesão.
As instabilidades crónicas de ligamentos podem ser evitadas em muitos casos, mas acontece demasiadas vezes que as lesões do tornozelo e do sistema de ligamentos no pé não sejam tratadas ou sejam mal tratadas durante a fase aguda, ou seja, logo após um acidente. Os doentes, p. ex., não levam os sintomas a sério ou vão demasiado tarde ao médico. Por conseguinte, uma pessoa em cada duas sofre de problemas não só no pé, mas também nas restantes articulações durante a sua vida.
Muitas vezes, não são causadas pela idade!
Em estado saudável, as cartilagens facilitam o movimento das articulações e amortecem a passada. A artrose é um sinal de desgaste destas superfícies articulares. Mas os danos nas cartilagens articulares não são apenas sinais de desgaste provocados pela idade. Muitas vezes, são provocados por lesões mal tratadas que têm como efeito tardio uma artrose no tornozelo.
Uma lesão pode levar a que o pé fique sobrecarregado de forma negativa e permanente. Ao longo dos anos, esta sobrecarga negativa provoca um desgaste da cartilagem, até que as superfícies articulares entram em contacto entre elas, causando fortes dores.
Quando mais cedo for detetada uma instabilidade dos ligamentos ou um início de artrose, mais eficaz será o tratamento. Mas o objetivo é agir de forma preventiva, de forma a evitar danos nas cartilagens.
Ortóteses e ligaduras
Dado que uma lesão no pé pode muitas vezes provocar dores relacionadas com inchaços e hemorragias, muitos doentes assumem inconscientemente uma posição de proteção que pode ter consequências. As ortóteses e as ligaduras garantem um apoio ideal durante a cura.
Para cada fase
As ortóteses que pode usar logo após um acidente ajudam, na fase aguda, a estabilizar, aliviar e guiar o tornozelo. A ortótese JuzoPro Malleo Xtec Light oferece-lhe uma funcionalidade e um conforto de uso máximos, sendo exatamente adaptada às exigências de um tratamento conservador na sequência de uma lesão nos ligamentos.
Durante a fase de mobilização, os pés elásticos como o JuzoFlex Malleo Xtra Strong dão apoio ao tornozelo. Envolvem o tornozelo, exercendo sobre ele uma compressão. Desta forma, a auto-percepção melhora, a musculatura é estimulada e a articulação estabiliza.
As instabilidades crónicas da articulação superior e inferior do tornozelo são fatores de risco para o surgimento de uma artrose. O pé elástico JuzoFlex Malleo Xtra Anatomic pode ser usado continuamente nestas instabilidades crónicas dos ligamentos externos e internos, de forma a dar aos doentes a segurança necessária no pé e atuar preventivamente contra a artrose. Desta forma, é possível evitar cargas erradas e as eventuais irritações do tornozelo desaparecem mais facilmente.
Para fortalecer o tornozelo ou ajudar a reabilitação após uma lesão, compilamos para si alguns exercícios. Pode colocá-los em prática sem problemas e integrá-los diariamente no seu quotidiano. Caso tenha uma lesão em fase aguda, consulte o seu médico. Este irá dizer-lhe quais os exercícios adequados para si.
Este exercício pode ser realizado sobre as duas pernas (fácil) ou sobre uma só perna (difícil).
2 x 15 repetições
1a. Coloque os pés com o peso na parte da frente na extremidade de um degrau, com o calcanhar no ar
1b. Deixar cair os calcanhares o mais possível para baixo
1c. Apoiar-se nas «almofadinhas» dos pés e elevar-se até atingir o movimento máximo
2. Fixe a banda elástica no local adequado e sente-se à frente dela de forma confortável, p. ex., numa cadeira. A banda elástica deve estar em tensão na posição neutra (ângulo reto entre o pé e a zona da perna abaixo do joelho). Eleve o pé para fora, com o calcanhar estável, e traga-o lentamente de volta até à posição de partida.
3. Feche os olhos à frente do espelho e mantenha os pés retos. (Sem «dobra» no calcanhar de Aquiles). Desloque o peso do pé direito para o pé esquerdo, e de volta para a posição central. Controle então a posição dos pés com os olhos abertos. Repita até a percepção e a posição real do pé coincidirem.
2 x 15 repetições
4a. Coloque o pé sobre a coxa e movimente-o com a mão na direção do joelho. Em seguida, afaste-o o mais possível do joelho. Mantenha a posição final durante uns segundos.
4b. Segure o calcanhar com uma mão e movimente o lado exterior do pé com a outra mão, para fora e, depois, para dentro. Mantenha a posição final durante uns segundos.
2 x cerca de 10 a 15 segundos
5. Movimente o pé sobre uma bola de ténis ou uma bola-ouriço. Use também o lado externo e interno do pé. Para efeitos de comparação, realize o exercício também com o lado não afetado.
2 x 15 repetições
6. Coloque-se em cima de uma perna e coloque o peso sobre a toda a planta do pé. Com a parte de cima do corpo direita, flicta ligeiramente o joelho e volte à posição inicial. Ao flectir, o joelho não deve ultrapassar a ponta do pé ou girar.
Para aumentar o grau de dificuldade, realize o exercício com os olhos fechados. Para efeitos de comparação, realize o exercício também com o lado não afetado.